Guerra com quartel




Tinha a cabeça como um grande receptáculo de nuvens,
Quando transbordava ficava com olhos nublados.
O crânio a pulso tentava
Conter aquela imensidão gasosa,
 Olhos, ouvidos e nariz
Insurgiam-se de forma teimosa,
Contra o despotismo do exercício.
Assim, uma Guerra permanente
Invadia a existência do coitado.
Dois céus a querer união
E uma prisão de carne e osso
A impedir a manobra.

Numa hora solitária seduziu-se
Pelo beijo de uma bala
Dizendo-se desde então
Que devido a polvorosa decisão
As suas ideias ganharam asas.
Quando uma nuvem passa agora
Ninguém consegue discernir
Qual dos dois céus a elabora.

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