Memória no areal



Destroço de navio
Musgoso e abandonado
 À Tua rigidez original
Foi sugada a vitalidade.
Face à moleza actual
As antigas glórias,
Irreversivelmente
 Distantes memórias.
A tripulação de branco alvar
 E azul-marinho
Deu sem se aperceber lugar
A Gordos vermes em desalinho.
As antigas canções do mar
Afinadas em gin
Foram Substituídas à dentada
 Por um pavoroso festim.

E tu, inocente ou inconsciente
Persistes em planos debilitados,
Tentas esquecer inutilmente
O casco e leme desarticulados.
Antes beijado
Pelas ondas e espuma
Agora conquistado
Pela areia e a bruma.

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