Frio

 
O frio tornou dura a alma,
  Fruto cristalizado pelo gelo,
 A qualquer momento pode estilhaçar.
Não se aconselham toques afáveis,
 Na ardência polar.
Invadidos os ossos e carne,
A flexibilidade 
Em espectáculo decadente.

Resta talvez,
 Vaga esperança,
Que o inverno seja o útero,
De uma primavera em dança.
  Que a aproximação do astro real,
Seja por fim, 
 Claro sinal,
Ao recolher da amargura
E ao adeus desta tortura






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